Consciência Cauterizada
Ora, o Espírito afirma
expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem
a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam
mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. I Tim. 4:1 e 2.
Numa noite de inverno eu
estava atiçando o fogo em nossa lareira, quando um anteparo quente caiu sem que
eu esperasse e me queimou a mão, levantando uma bolha. Doeu; tive certeza de
que a dor não me deixaria dormir naquela noite. Então me lembrei de algo que alguém
me havia sugerido anos antes. Disseram-me que se eu colocasse a queimadura
perto do fogo repetidas vezes, doeria terrivelmente a princípio, mas se eu
continuasse a aproximá-la do calor vez após vez, a dor iria diminuindo
gradualmente. Experimentei a sugestão. Funcionou - comigo, pelo menos. (Antes
de você tentar algo parecido, fale com seu médico.) Na manhã seguinte, senti
apenas um leve incômodo na área afetada. A pele estava grossa e insensível.
Não sei o porquê do que aconteceu com minha
queimadura, mas sei o que acontece quando uma pessoa viola sua consciência
repetidamente. Quando pela primeira vez fazemos algo que sabemos ser errado,
nossa consciência dói terrivelmente, mas as violações repetidas resultam numa
sensação bem mais enfraquecida de dor psicológica, até que finalmente pecamos
sem que a consciência nos incomode mais.
No âmbito físico, aquilo que aconteceu comigo
(insensibilizar uma queimadura dolorida, aproximando-a repetidas vezes do
calor) pode funcionar ou não para outra pessoa (mais uma vez aconselho você a
conferir esse procedimento com seu médico). Mas sob o ponto de vista
espiritual, insensibilizar a consciência é uma questão muitíssimo séria. Pode
resultar no cometimento do pecado imperdoável (ver S. Mat. 12:31 e 32). Não que
alguns pecados sejam tão graves que Deus não consiga perdoá-los. Mas porque
aqueles que pecam conscientemente chegam ao ponto de não mais conseguirem ouvir
o Espírito Santo falando.
Podemos evitar cometer essa "grande
transgressão" ao permitir que Deus nos impeça de cometer o pecado da
presunção - pecar premeditadamente na expectativa de que Deus nos perdoe (ver
Sal. 19:13).
O Desejo de Deus
Toma o cinto, ... vai ao Eufrates, e esconde-o
ali na fenda duma rocha. Fui, e escondi-o. ... Passados muitos dias, disse-me o
Senhor: ... Vai ao Eufrates, e toma o cinto que te ordenei escondesses ali. Fui
ao Eufrates, cavei, e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto
se tinha apodrecido. Jer. 13:4-7.
No outono de 1943, enquanto
meu bom amigo Ralph Longway e eu estávamos presos no campo de concentração
Holmes (hoje Campo Dangwa), decidimos dar uma escapadinha e esconder algumas de
nossas lembranças da guerra sob um afloramento calcário no topo da montanha
atrás da prisão. Entre nossos "tesouros", havia uma caneca de
alumínio, uma bandoleira, munição do rifle Springfield e algumas balas do rifle
3030.
Em dezembro daquele ano, escapamos novamente
da prisão e recuperamos alguns dos objetos. A bandoleira, feita de algodão,
estava muito deteriorada. Enterramos novamente a bandoleira, junto com algumas
das balas de rifle, sob uma laje de calcário de uns 25 centímetros de
largura por 50 de comprimento e 5 de espessura; levamos os outros objetos de
volta para a cela.
No dia 26 de março de 1991, quase meio século
mais tarde, retornei ao Campo Dangwa. Acompanhado por dois sargentos filipinos,
localizei a formação rochosa. Apontando para o local, contei aos soldados que o
esconderijo estava sob uma laje e dei as dimensões. Cavamos uns 20 centímetros , e lá
estava a laje! Procuramos a bandoleira, mas ela não existia mais; tampouco
fomos capazes de encontrar vestígio da munição. Mas quebrei uma ponta da laje e
a trouxe comigo, de modo que agora sou o orgulhoso proprietário de um pedaço
daquela rocha!
O enterro e a exumação do cinto de Jeremias
foram uma lição objetiva para o antigo povo de Deus, bem como para nós hoje. Na
parábola encenada por Jeremias, o cinto apodrecido representava o orgulho de
Israel e Judá (ver Jer. 13:9). Pensavam eles que, por serem o povo escolhido,
eram invulneráveis. Mas a parábola de Jeremias mostrou a inutilidade daquela
orgulhosa presunção. É a humilde obediência, e não o orgulho, que tem grande
valor aos olhos de Deus (ver Miq. 6:8).
Os Perigos dos Cargos Elevados
Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o
seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor,
seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do
incenso. II Crôn. 26:16.
Quando nossa família morava no
Estado de Maryland, havia muitos carvalhos nos terrenos vizinhos. Certa manhã,
depois de um temporal muito forte com raios, encontramos um gigantesco carvalho
que havia sido derrubado pelo vento. Bloqueava nosso caminho para o trabalho e
tivemos de fazer um desvio. Olhando para aquela árvore, pudemos ver que, apesar
de sua majestosa aparência, ela estava podre por dentro. O que era verdade
acerca do carvalho é freqüentemente verdade acerca de pessoas - mesmo em
elevadas posições.
Mas nem todas as árvores que caem durante uma
tormenta, vêm abaixo porque estão podres por dentro. No campo de concentração
Holmes havia um pinheiro perfeitamente saudável. Certa noite, durante um
terrível tufão, ele foi arrancado pela raiz e jogado por cima da oficina do presídio.
Foi cair do outro lado, sem ter tocado o teto da oficina. Enquanto inspecionava
a área próxima, descobri que aquela não fora a única árvore derrubada. Numa
região mais alta da montanha, onde os ventos tinham sido ainda mais fortes,
muitas outras árvores haviam sido arrancadas pela tormenta.
Não é surpreendente descobrir essa verdade no
mundo natural. Mas às vezes nos esquecemos de que o mesmo acontece igualmente
nos domínios espirituais. "No vale da humilhação, onde os homens dependem
de Deus para serem ensinados e guiados em cada passo, há relativa segurança.
Mas os homens que se plantam, por assim dizer, num elevado pináculo, e que, por
causa de sua posição, presumem possuir grande sabedoria - esses estão no mais
grave perigo. A não ser que tais homens façam de Deus sua confiança,
seguramente cairão."











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