O
LEVITA
Louvor e Adoração
"Ofereçam
sacrifícios de louvor e relatem as suas obras com
regozijo.”(Sl.107:22)
-
Estamos iniciando este estudo com o objetivo de treinar aqueles que trabalham na
área de louvor na igreja. Os músicos, os cantores, os solistas, enfim, todos
precisam ser trabalhados na esfera espiritual.
-
Louvor não é cantar e nem tocar.
- Adorar não é simplesmente se
emocionar com um cântico lento. A Bíblia é profundamente clara
neste assunto.
- O
problema esta sempre no homem que, muitas vezes troca o que na realidade vem a
ser verdadeira adoração.
- Se o
grupo de louvor não estiver consciente do que a Palavra diz, com certeza terá
grandes dificuldades para desenvolver ao Senhor um louvor sincero. Da mesma
forma o coral, o regente, o pianista e o organista. Este é um trabalho sério,
que envolve dedicação, consagração, oração e espiritualidade.
- Certa
vez A. W. Tozer, escrevendo sobre o Espírito Santo e sua ação na vida dos
crentes disse que , para muitos cristãos Ele é profundamente negligenciado. Para
Tozer, este Espírito também é negligenciado no louvor. Diz Ele: “Acredito que um vigoroso ressurgimento do poder do
Espírito entre nós romperá de novo as fontes da hinologia há muito esquecidas.
Pois os cânticos jamais podem trazer o Espírito Santo, mas o Espírito sim,
invariavelmente traz cânticos.”.
- O que
Tozer tem em mente aqui é fantástico. Não é simplesmente cantar que fará o
Espírito trabalhar em nossas vidas. É o contrário. O poder do Espírito, transformando o meu viver, me fará
cantar com uma profundidade nunca vista. É aqui a grande
questão. Muitos pensam que para sentirmos a presença de Deus
temos que cantar. Não é assim que Deus trabalha. Ele não é como nós que nos
tocamos com qualquer sentimentalismo. Isto não é louvor.
- Por
esta razão temos que buscar na Palavra orientações para um louvor que nasça do
coração, mas que acima de tudo, seja experiência viva com Deus e Seu Espírito.
Que
Deus nos abençoe ricamente em Cristo, para o louvor da Sua glória.
I –
LOUVOR E ADORAÇÃO NA BÍBLIA
- No
A.T., as palavras que significam louvor principalmente empregadas, são: hãlal,
cuja raiz significa algo como fazer ruído; yãdhâ, que originalmente estava
associada com as ações e gestos corporais que acompanham o louvor; e zãmar, que
é associada com a música tocada ou cantada.
- No
N.T., eucharistein (literalmente, “agradecer”) é o vocábulo favorito, que
subentende, da parte da pessoa que louva, a atitude de alguém mais íntimo com a
pessoa louvada do que no caso do termo mais formal, eulogein, “bendizer”.
-
Podemos ver no A.T. outros vocábulos para louvor, tais como, hillûl (júbilo,
exultação, louvor), mahãlãl (louvor) e t hillâ (louvor). Estas palavras derivam
da palavra hebraica hãlal, já mencionada acima, que significa “exaltar, louvar,
vangloriar”. Esta raiz conota as idéias de estar sincera e profundamente
agradecido e de estar satisfeito em elogiar alguma(s) qualidade(s) superior(es)
ou grande(s) feito(s) do objeto da ação. Seus sinônimos são yãdhâ, “louvar, dar
graças”; rãnan, “cantar ou gritar de júbilo”; shîr, “cantar(louvores)”; bãrak,
“louvar, bendizer”; gãdal, “engrandecer”; rûm, “exaltar”; zãmar, “cantar, tocar,
louvar”. O verbo hãlal pode ser usado de diversas maneiras, como por exemplo
exaltar a beleza humana (Gn.12:15; II Sm.14:25), o entendimento humano
(Pv.12:8), pode descrever o elogio devido a uma boa dona de casa (Pv.31:28,31),
a um diplomata sábio (I Rs.20:11) e que procede de um rei (Sl.63:11,12).
- O
substantivo t hillâ é usado em relação ao renome de cidade em Jr.48:2. Mas
geralmente a palavra em hebraico se refere ao louvor das divindades, mesmo que
sejam falsos deuses (Jz.16:24). O uso mais freqüente desta raiz diz respeito ao
Deus de Israel. Quase um terço de tais passagens ocorrem nos Salmos.
-
Destas, o maior número é o de imperativos, de convocações de louvor. A
freqüência e o modo de ocorrência enfatizam a necessidade vital de tal ação. Os
temas relacionados e incluídos nas expressões verbais de louvor (os salmos)
demonstram que é imperativo que Deus seja reconhecido em sua divindade
(Sl.102:21,22) e que a plenitude dessa divindade seja confirmada e declarada.
Isto deve ser oferecido numa atitude de prazer e regozijo.
- A fé
e a alegria estão inextricavelmente entrelaçadas. É importante notarmos que a
maioria dessas ocorrências está no plural, nos mostrando que o culto em Israel
ao Senhor era especialmente congregacional. Este louvor podia envolver coros e
instrumentos musicais.
- Podia
ser expresso pela fala (Jr.31:7), pelo canto (Sl.69:30,31) e pela dança
(Sl.149:3). Tal louvor era um elemento essencial do culto público formal em
Israel. É importante notar a forte relação entre o louvor e o conteúdo
intelectual.
- Toda
criação, tanto terrestre (Sl.148:1) quanto celeste (Sl.148:2) é convocada a
louvar a Deus. Isto não implica, todavia, que tal atividade fosse qualquer coisa
menos inteligente.
- Tais
personificações (Rm.8:20 e ss.) enfatizam a responsabilidade de toda a criação
de dar a Deus o que lhe é devido (Sl.150:6). O louvor e o culto são constantes
na obrigação e no privilégio do homem perante o seu Criador e Salvador
(Sl.106:1).
-
Hillûl, que significa “júbilo, festivo, canções de louvor, festas”,
representavam alegres festivais de louvor realizados entre os israelitas.
Geralmente era realizado na festa das primícias que celebrava a colheita. O
substantivo mahãlãl (louvor) representa o grau de louvor ou a falta dele
tributado a outrem (Pv.27:21). É aquilo que é posto à prova, e que é comparado a
um cadinho (vaso empregado em operações químicas a temperaturas elevadas;
crisol) em que ouro e prata são provados.
- E o
substantivo t hillâ (louvor, atos dignos de louvor) representa os resultados de
hãllal, bem como os atos divinos que merecem a atividade humana do louvor como
resposta. Isto ocorre tanto no singular (Sl.106:47) como no plural (Êx.15:11;
Sl.78:4). Palavras paralelas são kãbôd, “honra” (Is.42:8), e shem, “nome”
(Sl.48:10,11; Is.48:9).
- Essas
palavras ocorrem 57 vezes. Adoração é muito usado em toda a Bíblia. Aparecem
dois vocábulos em hebraico, hãwâ e hishtahãwâ. A idéia é de “prostrar-se”,
“adorar”. Em seu sentido original o verbo significava prostrar-se no solo, como
em Neemias 8:6.
- Esse
ato de prostra-se era bem comum como prova de submissão diante de um superior. A
prostração era um ato comum de auto-humilhação, realizado perante parentes,
estranhos, superiores e, principalmente, da realeza. O verbo é usado em I
Cr.29:20 em conjunto com duas expressões, “prostrando-se perante o Senhor e
perante o rei”. Este verbo mostra ação específica da adoração.
Vejamos
alguns exemplos:
· Abraão no sacrifício de Isaque
(Gn.22:5)
· Saul perturbado (I Sm.15:25,30,31) ·
Gideão (Jz.7:15) Existe um outro vocábulo hebraico, ‘ªbhôdhâ, que significa o
trabalho efetuado pelos escravos ou empregados.
- No
N.T. aparecem duas palavras, latreia, que tem o mesmo significado de ‘ªbhôdhâ, e
proskyneõ que tem a mesma idéia de hishtahãwã, ou seja, de manifestação de
temor, reverência, admiração e respeito.
-
Podemos perceber que as palavras trazem um significado profundo deste ato.
-
Adoração vai trazer esta idéia de prostar-se diante do Todo Poderoso, em
reconhecimento do que Ele é, da Sua majestade e Sua glória. Portanto, louvor e
adoração não é simplesmente cantar hinos, bater palmas, levantar as mãos, etc.
-
Sabemos que estas coisas fazem parte, mas não são a essência.
- O
louvor e a adoração devem fazer parte da experiência de cada um daqueles que
ministram na presença de Deus.
- Eu
devo adorar e exaltar ao Senhor não porque gosto de cantar, e sim pelo prazer de
estar em Sua presença. Por isto, estar ministrando ao Senhor é algo que traz
muita responsabilidade e seriedade.
- A
Bíblia nos mostra que devemos adorar a Deus.
Vejamos
algumas colocações sobre isto:
· “e
agora trago as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então
as porás perante o Senhor teu Deus, e o adorarás.”(Dt.26:10). O que vemos aqui é
um princípio básico da adoração verdadeira. Deus quer as primícias, ou seja, o
melhor deve ser posto diante dEle.
·
“Tributai ao Senhor a glória de seu nome. Trazei presentes, e vinde perante ele;
adorai ao Senhor na beleza da sua santidade.”(I Cr.16:29; Sl.29:2).
- Ele
merece o nosso tributo, ou seja, a nossa homenagem. Só Ele merece a glória e o
louvor. Quando o adoramos, estamos na beleza de sua santidade.
- Você
já pensou nisto?
· “Oh,
vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos
criou;”(Sl.95:6). Aqui traz a idéia mencionada acima, e nos mostra porque
devemos adorar ao Senhor. Ele é o Criador!!!
·
“Adorai ao Senhor na beleza da sua santidade; tremei diante dele todos os
moradores da terra.”(Sl.96:9; 99:5; Zc.14:17). Adorar é ter consciência de que
estamos em Sua presença. Por isso devemos tremer diante do Senhor. ·
“Deus é
Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e
verdade.”(Jo.4:24). Aqui podemos ver o modelo exato da adoração e louvor.
- Jesus
nos mostra que estas atitudes devem ser feitas em espírito, ou seja, em
profundidade e intimidade, e em verdade, portanto uma ação verdadeira, livre dos
conceitos e preconceitos da religiosidade que amarra.
- Há
muito mais na Bíblia sobre este assunto. É importante que saibamos estes
princípios da Palavra de Deus.
-
Devemos comparece diante dEle com alegria, júbilo, prazer, reverência e
contrição.
II – ORIENTAÇÕES PARA
OS LEVITAS
- Vale
salientar que levita era aquele que descendia de Levi, filho de
Jacó.
-
Quando Deus instituiu o sacerdócio levítico a Arão, designou também que os
descendentes de Levi fossem ajudantes deste sacerdócio.
-
Existiam três clãs na tribo de Levi, os Gersonitas, descendentes de Gérson o
primogênito de Levi, os Coatitas, descendentes de Coate o segundo filho e os
Meraritas, descendentes de Merari o terceiro filho.
- Arão
e Moisés eram do clã de Coate. Cada clã tinha uma missão.
- Os
Gersonitas transportavam o Tabernáculo (a tenda, as cobertas, as cortinas,
etc.), os Coatitas transportavam os móveis e os vasos e os Meraritas carregavam
as armações do Tabernáculo.
- Cada
um tinha uma função, e Deus é quem tinha escolhido esta tribo para realizar
estas funções na Tenda da Revelação, assim chamada porque Deus ali se revelava.
- Os
descendentes de Arão eram responsáveis pelo sacerdócio. Este ministério era
santo. Os levitas trabalharam assim até a chegada na Terra Prometida.
-
Muitos anos depois o rei Davi faz com que o culto, que era em Siló (local onde
ficava o Tabernáculo), se centralizasse em Jerusalém, levando a Arca da Aliança.
Este episódio mostra Davi orientando os levitas para buscarem a Arca da Aliança.
-
Leiamos I Cr.15:11-29. A partir deste momento os levitas, sob a direção de Davi,
tornam-se músicos e cantores consagrados para o louvor de Deus.
- Se
você perceber com atenção, estes levitas são divididos cada um com sua função.
Fizemos este histórico resumido para que você entenda o que é ser levita.
- O
levita têm responsabilidades tremendas com o Senhor. E nesta segunda parte do
estudo queremos trazer algumas orientações para nós que estamos na frente do
povo de Deus.
1º) O
levita deve ter uma vida de santidade e consagração.
-
Leiamos Nm.3:1-12; Lv.10:1-3, 8-11; 11:44,45; Nm.1:50; 8:14; Sl.24:3,4. Sem uma
vida santa e consagrada não é possível estar na presença de Deus.
- Ele
exige de seus servos uma vida digna de Sua presença.
-
Quantas vezes não comparecemos diante do Senhor sujos pelo pecado? Hebreus 12:14
diz: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor.”.
2º) O
levita expressa seu compromisso com Deus de forma visível.
-
Quando Deus separou os levitas para a obra, Ele afirmou que estes eram seus, ou
seja, posse do Senhor. Para tanto, Deus exigia não somente santidade e
consagração, mas acima de tudo uma exteriorização desta ação.
- Os
levitas deviam ter sempre vestes santas, mostrando assim o estilo de vida. Jesus
e Paulo vão fazer uma analogia da vestimenta como mostra deste viver que agrada
a Deus.
Vejamos
o que a Bíblia nos diz:
- I
Cr.15:11-15; II Cr.5:2-14; 20:18-22; Mt.22:1-14; Ef.4:20-24.
3º) O
levita deve manter uma comunhão profunda com os outros
irmãos.
- O que
mais o Diabo gosta de fazer é promover a discórdia. Todos devemos saber que
somos diferentes uns dos outros, que temos temperamentos e reações diferentes.
Mas o que é igual entre nós é o amor que nos alcançou.
- Diz a
Palavra que o amor é o vínculo da perfeição (Cl.3:14).
-
Estejamos atentos as armadilhas do inimigo, pois ele odeia o louvor e pior,
deseja que a igreja permaneça calada, fria e dividida. Entre nós não maior e
menor. Todos são importantes.
Vejamos
o que João nos diz sobre amar o irmão: I João 3:11-19; 4:7-13.
4º) O
levita deve ter consciência de batalha espiritual.
-
Baseados no que falamos acima, o levita deve entender que a nossa luta não é
contra carne ou sangue, e sim, contra os principados e potestades do mal
(Ef.6:10-12).
-
Infelizmente, somos às vezes levados a pensar que a nossa luta é contra o outro.
- Se
desenvolvermos esta consciência de que o Diabo é o grande inimigo da Igreja, e
que ele não cansa de fazer o mal, então estaremos desenvolvendo o pensamento
certo.
- Nunca
deixe que fofocas, palavras maldosas, mentiras, o disse me disse, envenenar o
ministério de louvor, e muito menos a sua vida espiritual.
5º) O
levita pensa em fazer sempre o melhor para Deus e sua obra.
- O
importante para aquele que serve a Deus é a obra.
- O
pensamento do levita comprometido com o Senhor é o mesmo de João Batista:
“Convém que ele cresça e que eu diminua.”(Jo.3:30).
-
Quando Deus ordenou Moisés construir o Tabernáculo, Deus pediu o melhor. Da
mesma forma nós devemos fazer, sempre o melhor para Deus.
6º) O
levita sempre se preocupa com a espiritualidade.
-
Muitas vezes seremos tentados a buscar uma perfeição musical, uma técnica vocal
apurada e tantas outras coisas, que de vez em quando nos desviam do propósito
primeiro.
- Não
estamos dizendo que o aperfeiçoamento musical não deva ser buscado. Quanto mais
aprendermos será cada vez mais bonito e perfeito o louvor.
- A
questão é não deixar se iludir que isto seja primordial, e cairmos na síndrome
de lúcifer.
7º) O
levita tem uma vida de obediência.
- A
obediência é uma marca do servo de Deus.
- Diz I
Sm.15:22-23 que a desobediência é como pecado de feitiçaria.
Deus
preza aquele que vive em obediência.
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