A oração como prioridade na igreja primitiva |
Os discípulos ficaram em Jerusalém. Eles esperaram e oraram. Por que Jesus quis que eles ficassem em Jerusalém, se tinham pela frente uma tarefa tão grande a ser cumprida? Havia um mundo que precisava desesperadamente do evangelho. Por que deveriam eles esperar em oração?
Creio que há três razões porque Jesus estabeleceu a oração como uma prioridade para a igreja primitiva. A primeira é que a visão e a paixão dos primeiros cristãos pelo mundo perdido só poderiam ser mantidos através da oração. À medida que eles permaneciam em contato com o Pai em oração, eles podiam sentir o que ele sentia e ver o que ele via.
Leonard Ravenhill disse: "Os dois pré-requisitos para um viver cristão bem-sucedido são a visão e a paixão, as quais nascem e se mantém através da oração. O ministério da pregação é aberto a poucos; o ministério da oração - o mais alto ministério de todos os ofícios humanos - é aberto a todos."
A segunda razão é que a oração não apenas mantém a nossa visão de um mundo perdido, como também prepara os corações para receberem a mensagem de Cristo. O evangelho é, por natureza, eterno e espiritual. O homem, no seu estado natural e decaído, não pode compreender tal mensagem; ela é estranha ao seu estado natural de ser. Entretanto, nós devemos orar a fim de que seus olhos espirituais sejam abertos.
Eu tenho visto ateus em paises comunistas crerem no Cristo ressuscitado. As escamas do ateísmo foram removidas dos seus olhos pelas orações dos santos. Como resultado da ação do Espírito de Deus na cidade do sudeste da Romênia, fui convidado para pregar em outra parte desse pais. Freqüentemente, um pastor na Romênia pode ao mesmo tempo ser responsável por 5 a 7 igrejas em cidades diferentes. Um desses pastores pediu-me insistentemente para pregar em várias cidades onde ele servia.
Alguns meses mais tarde, fui trabalhar com esse pastor. Durante semanas e meses, as pessoas desse lugar se entregavam totalmente à oração intercessória. Os resultados foram fenomenais.
Preguei numa pequena igreja no primeiro domingo pela manhã. Aproximadamente quinze pessoas se converteram a Cristo. No dia seguinte, preguei numa cidade perto dali. Um dos diáconos se aproximou de mim, após o culto, e me disse que havia estado orando pedindo sabedoria e liderança de Deus. Apesar de perigoso, ele desejava convidar um de seus amigos para assistir ao culto evangelístico com ele. Após muita oração, ele decidiu ir ate a casa do amigo.
Nesse dia, ao chegar do trabalho, o amigo sentiu que deveria se barbear e se vestir. Também sentiu a necessidade de ir a algum lugar, mas não sabia onde. Depois de vestido, ele se sentou e esperou. Dentro de poucos minutos, o diácono bateu a sua porta. O amigo foi à igreja com o diácono e lá ouviu o Evangelho pela primeira vez. Ele aceitou a Cristo porque Deus havia preparado o seu coração naquele dia.
Apesar de ser um exemplo não muito comum, esse acontecimento mostra o poder da oração em preparar o coração das pessoas. Deus nem sempre trabalha usando métodos excepcionais, mas precisamos compreender a necessidade da oração eficaz. Talvez não haja conversões em nossas igrejas, porque nós não percebemos ainda quão impossível é para os não crentes acreditarem na mensagem. É somente quando Deus abre os seus corações para que entendam a mensagem de Cristo que eles são capazes de aceitá-lo. Os corações só se tomam receptivos quando nós oramos.
A terceira razão e que Deus não apenas abre os corações para o evangelho, como também capacita o proclamador da mensagem de Cristo. A vida dos discípulos teve uma mudança radical depois do Pentecostes. Pedro, que covardemente negou a Jesus, se tomou um ousado pregador de Jesus. Um novo senso de coragem caracterizava os primeiros cristãos em Atos. Entretanto, precisamos entender que essa ousadia foi o fruto de suas vidas de oração.
0 comentários:
Postar um comentário