A Unção com Óleo e
a unção que quebra o jugo.
Mat. 6: 13; Tia. 5:
13-15
I – A unção segundo
a Doutrina Bíblica
UNÇÃO: “Aplicação
de azeite no corpo. Ungia-se, com bastante freqüência, tanto os vivos (Rt. 3: 3;
Sal. 1047: 15; Lc. 7: 46), como os mortos (Mc. 14: 89; 16: 1). Praticava-se
também a unção sagrada, para dedicar uma pessoa ou um objeto ao Senhor. O
tabernáculo e os seus móveis (Ex. 40: 9), os profetas (Ire. 19: 16), sacerdotes
(Ex. 28: 41) e reis (I Sm. 16: 1, 12,13), razão pela qual esse termo (=messias)
foi usado no Antigo Testamento para referir-se ao futuro libertador (Sal. 2:2;
Dan. 9: 25,26). O novo testamento aplica Jesus Cristo, o qual recebeu a unção do
Espírito Santo (Lc. 4: 18-21; Jo. 1: 32,33; At. 10:38)”. Dicionário da Bíblia de
Estudo Almeida
A UNÇÃO NO ANTIGO
TESTAMENTO
A unção era comum
no antigo Oriente Médio; envolvia a aplicação de azeite a uma pessoa (ou,
ocasionalmente, a um objeto). Havia três tipos de unção no A.T.: a comum, a
medicinal e a sagrada.
1) Unção comum: Com
óleos aromáticos (Rt 3:3; Sl 104:15; Pv. 27:9). Era suspensa em períodos de luto
(2Sm. 14:2; Dn. 10:3; Mt. 6:17). Os visitantes eram ungidos como sinal de
respeito (Sl. 23:5; Lc. 7:46). Pela unção, os mortos eram preparados para o
sepultamento (Mc. 14:8; 16:1).
2) Unção médica: –
não necessariamente com azeite – era costumeira para enfermos e feridos (Is.
1:6; Lc. 10:34). Os discípulos de Jesus ungiam com azeite (Mc. 6:13; Tg.
5:14).
3) Unção Sagrada: O
propósito era dedicar a Deus algum objeto ou pessoa. Dessa maneira, foram
ungidos a pedra que Jacó usou como travesseiro em Betel (Gn. 28:18), o
Tabernáculo com seus móveis (Ex. 30:22-29), os profetas, os sacerdotes e os
reis. Tudo isso era símbolo da ação de Jesus Cristo e o Espírito Santo (At. 10:
38)
O mais importante
aqui são as seguintes unções:
A dos profetas (1Rs
19:16; 1Cr. 16:22);
A dos sacerdotes
(Ex. 28:41; 29:7; Lv. 8:12,30);
A dos reis (1Sm.
9:16; 10:1; 16:1,12,13; 2Sm 2:7; 1Rs. 1:34; 19:16).
A UNÇÃO NO NOVO
TESTAMENTO
No Novo Testamento
já havia uma mudança significativa nesta questão da unção já não havia mais a
unção sagrada pois a sua realidade havia chegado em Cristo Jesus, que a partir
da sua vinda não era mais necessário ungir as pessoas para o ministério ativo.
Nos dias de Cristo a constituição de autoridade ministerial não se fez mais com
óleo. A Bíblia não menciona Jesus ungindo os 12, nem os 70. Tomando por base Lc.
9: 1; 10: 1; I Tim. 4: 14, a consagração ao presbiterado e ao diaconato, é feita
pela imposição das mãos, Atos 6: 6.
A unção com óleo
instituída por Cristo e praticada pelos apóstolos, restringiu-se às pessoas
enfermas. Mar. 6:13; Tia. 5: 14. Ela não deve ser ministrada aleatoriamente,
isto é, não se oferece unção a ninguém. Segundo Tiago, o pedido deve proceder do
enfermo. Entretanto, é necessário que se fale sobre a importância dela para que
as pessoas enfermas ou quem as representem, sejam levadas a acreditar na sua
eficácia e a solicitá-la. Não se tem informações no Novo Testamento sobre o uso
da unção a não ser a comum e a médica pelos enfermos. Sua aplicação coletiva é
desaconselhável; a não ser com circunstancias especiais, Mc. 6: 13. Nada mais
deve ser ungido com óleo senão os enfermos. Qualquer prática nesse sentido, foge
à ordem bíblica e contraria a doutrina da unção. Pugnemos por aquilo que está
claro nas Sagradas Escrituras, pois isso é o que ensina a própria Bíblia, I Cor.
4:6.
A unção no Novo
Testamento continuou sendo a comum (Mt 6.17; Lc 7.46), e a
medicinal
(Mc 6.13; Tg
5.13-15). A única em que foi mudada na sua prática e no seu enfoque foi a unção
sagrada que agora é aplicada a Cristo Jesus (Lc 4.18-21; At 10.38) e a Igreja (2
Cor 1.21; 1 Jo 2.20 e 27) e não mais a consagração de pessoas e objetos
sagrados. A Consagração agora é feita com a imposição das mãos (Lc 9.1, 10.1; At
6.6; 2 Tm 4.14).
II – Quem deve
ministrar a Unção
Os versículos de
Marcos e Tiago, nos deixam cientes de que a unção aos enfermos deve ser
ministrada pelo pastor ou presbítero. Nem os diáconos, diaconisas e menos ainda
membros têm esse direito. Não devem, portanto, praticar uma cerimônia para a
qual não estão autorizados (não devemos ir além do que está escrito, e nem
falsificar a palavra de Deus 1 Cor 4.6; 2 Cor 4.1-2). Lembrem-se que os filhos
de Arão, Nabade e Abiu, mesmo sendo sacerdotes, morreram porque quiseram
contrafazer as cerimônias sacerdotais do santuário. Só os pastores e
presbíteros, segundo a Bíblia, são as pessoas autorizadas e credenciadas para
ungir os enfermos. (Veja: Mar. 6: 12; Tia. 5: 14,15).
Norma – Deve o
presbítero ou pastor saber se a pessoa crê no poder de Deus por meio da unção e
está consciente da eficácia da oração e da unção e se está disposta a recebê-la.
Os consagrados devem sempre lembrar às pessoas que a unção é o recurso divino a
sua disposição. Não se deve ungir pessoas pois quaisquer motivos.
Forma – De posse
das confissões acima, o ministro efetuará a unção com azeite, segundo a ordem de
Jesus. Lerá a passagem de Tiago 5: 12-20, lembrando ao doente as promessas de
bênçãos da parte de Deus. Pede-se à pessoa para ajoelhar-se (se puder), e então
untará um algodão no azeite, ou mesmo as pontas dos dedos (na falta do algodão)
e dirá: irmã (o) conforme a ordenança da palavra de Deus, eu te unjo com azeite,
em nome de Jesus. Enquanto pronuncia as palavras procede a unção. Após o ato,
impondo as mãos sobre o enfermo, faz a oração da fé.
NOTA: a unção deve
ser feita sempre na fronte, e não no local da enfermidade. (a Bíblia manda ungir
os enfermos, não a enfermidade, a Bíblia manda impor as mãos sobre os enfermos e
não sobre a enfermidade Mc 6.12-13; 16.17-18; Tg 5.14-15).
A – Unção que
quebra o jugo (Is 10.27)
Muitas pessoas
baseados em Is 10.27 tem usado a unção com óleo para ungir casas, carros,
animais, endemoniados, etc. Esta doutrina está baseada em uma frase do texto de
Isaías que diz: Que a unção quebrará o jugo: muitos consideram este jugo como
maligno e maldições a serem quebradas com a unção com óleo. Mas será que é isto
mesmo, que o profeta Isaías está ensinando neste texto? Vamos analisar o
contexto histórico deste texto que é o seguinte: o profeta Isaías estava
profetizando que os israelitas representados pelas dez tribos do reino do norte
cuja capital ficava em Samaria, seriam levados em cativeiro pelo Rei da Assíria
fato ocorrido em 721 a.C., quando o Rei Sargão II invadiu Samaria e levou cativo
as tribos do norte, o jugo ao qual o profeta está se referindo não tem nada a
ver com o que se prega hoje. O jugo era o cativeiro para o qual eles seriam
levados, lá na Assíria; então o profeta usa uma figura de linguagem comparando
Israel a um boi gordo que quebra o seu jugo, ou seja, as suas cangas ou sua
carga e se liberta, Deus os abençoaria de tal maneira que os traria de volta
para a terra de Israel e assim o jugo do cativeiro seria quebrado. Leia todo o
capítulo 10 de Isaías e você entenderá que o profeta não está falando de Unção
com óleo que quebra maldições, mais do julgo do cativeiro que seria quebrado com
a benção de Deus, ou seja a libertação do cativeiro. Confira Is 14.24-27; veja
pelas várias traduções da Bíblia neste texto que o profeta não está falando e
nem se referindo a ungir as pessoas com óleo para quebrar jugos e
maldições.
Qual destas
traduções estão certas?
1) João Ferreira de
Almeida – Revista e Corrigida (Is 10.27)
“E acontecerá
naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu juf]go do teu
pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção.”
2) João Ferreira de
Almeida – Revista e Atualizada (Is 10.27)
“Acontecerá naquele
dia, que o peso será tirado do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço, jugo que
será despedaçado por causa da gordura.”
3) Nova Versão
Internacional – (Is 10.27)
“Naquele dia o
fardo deles será tirado dos ombros, e o jugo deles do seu pescoço; o jugo se
quebrará porque vocês estarão muito gordos.”
4) A Bíblia de
Jerusalém – (Is 10.27)
“Naquele dia a
carga será removida dos teus ombros, e o seu jugo, de sobre o teu pescoço, e o
jugo será destruído.”
5) Na rota de
rodapé da Bíblia de Estudo Almeida, está o seguinte comentário do texto de
Isaías 10.27: Jugo que será despedaçado por causa da gordura: hebraico: outra
tradução possível: o jugo apodrecerá, por quanto tu és o meu
ungido.
CONCLUSÃO:
Finalmente o jugo
será quebrado por causa da unção, da gordura, dos gordos ou do ungido? Esta
variante textual mostra que o profeta não está falando da unção com óleo nesse
texto (mas sim da libertação do cativeiro assírio). Isto confirma uma das regras
da Hermenêutica que nos ensina que nem uma doutrina deve ser baseado em um texto
isolado ou obscuro da Bíblia. Portanto não há base bíblica para se defender tais
práticas de unções aleatórias e indiscriminadas neste texto bíblico que não tem
nada a ver com unção com óleo. A unção que quebra o jugo é o ato libertador de
Deus que vem ao encontro do seu povo para libertá-lo do cativeiro. No Novo
Testamento a unção que quebra o jugo é o Espírito Santo e o libertador é Jesus
(Jo 8.32, 36; At 10.38; Lc 4.17-19; At 10.37-38; 2 Cor 1.20-22; 1 Jo
2.20,27).
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