Cidades de Refúgio
Introdução
Quando DEUS PAI retirou
israel (ISRAEL) do Egito, levando-o para Canaã, estabeleceu leis que regulassem
as relações do Altíssimo com os HEBREUS, e destes entre si. Dentre estas leis
estava a "Lei de Talião" (Lei antiga pela qual se vingava o delito infligido ao
culpado o mesmo mal que ele praticara)(Ex 21:23-25), que imputava ao homicida a
pena de morte.
Mas o que fazer com
aquele que matou por acidente, sem intenção? Morreria como um homicida qualquer?
Promoveu assim DEUS PAI as cidades de refúgio.
O que eram as Cidades de
Refúgio?
As cidades de refúgio
representavam, em linguagem jurídica hodierna, um "habeas corpus" a favor do
criminoso não culpado, ou cujo crime não tivesse sido apurado adequadamente. Em
caso de homicídio, pela lei, caberia ao parente mais próximo do falecido a
responsabilidade de aplicar a "Lei de Talião" ao homicida, e isto poderia ser
feito a qualquer hora e em qualquer lugar, exceto na cidade de refúgio, onde o
homicida que não matara intencionalmente poderia aguardar seu julgamento em
segurança. (Nm 35:11,12)
O refugiado não poderia
sair da cidade. Se o fizesse, correria por sua conta o que acontecesse, pois o
vingador o apanharia, e não haveria apelo para ele. A cidade de refúgio protegia
tanto aos filhos de israel quanto ao estrangeiro (Nm 35:15) e representava para
o homicida perseguido e fugitivo, segurança e descanso ao mesmo tempo,
tornando-se assim, um tipo perfeito de JESUS o Messias, que recebe todos quantos
tiverem acesso a Ele (Jo 6:37) uma figura expressiva de JESUS CRISTO Nosso
Salvador. Somente estando em JESUS CRISTO, o refúgio de ULHIM, o pecador estará
para sempre livre da sentença mortífera do pecado. (João 5:24)
As cidades de refúgio
eram bem fortificadas e muradas, com portas nas extremidades, que podiam ser
fechadas para impedir a chegada do vingador.
A localização das Cidades
e seus significados
As cidades de refúgio, em
número de seis, simbolizam a Pessoa de JESUS CRISTO Homem. Seus nomes são
simbólicos para nós, como veremos abaixo. As cidades de refúgio estavam situadas
da seguinte forma: três cidades a oriente e três a ocidente, do lado do Yardayan
(Jordão). DEUS PAI, em Sua misericórdia, não quis deixar o homicida sem um
refúgio onde pudesse escapar do vingador do sangue; pelo contrário, segundo o
Seu amor determinou que essas cidades, fossem situadas de forma a que, sempre
que houvesse necessidade de refúgio, pudesse estar à mão. Como se percebe, as
cidades estavam geograficamente bem distribuídas; além disso, tomou-se o cuidado
de se construir estradas bem pavimentadas, de forma a facilitar ao máximo o
acesso.
Estas cidades eram parte
da herança levítica de 48 cidades (Nm 35:6) e, portanto, administradas pelos
levitas. Segundo determinação do Altíssimo, haveria seis cidades de refúgio (Ex
35:13; Dt 19:2,7), três de cada lado do Yardayan (Jordão) (Ex 35:14).
Moisés escolheu as três
primeiras (Dt 4:41-43; Js20:8):
1) Bezer, no deserto, na
terra plana, território de Rubén (Sudeste) (Dt 4:43; Js 10:8). O nome significa
"fortaleza", e aparece apenas cinco vezes na Bíblia. Para quem vinha do Egito a
Canaã, logo ao atravessas o território de Moabe, avistava Bezer, à distancia,
por sua estratégia topográfica. Temos na cidade de Bezer a representatividade do
Odmorul JESUS CRISTO como a fortaleza de todos os que nele confiam. Para quem
sai do Egito e vem a Canaã de ULHIM, é necessário passar por JESUS o Ungido,
Nossa Fortaleza. (SL 43:2; Is 52:1; 2 Tm 1:7)
2) Ramote, em Gileade,
território de Gade (Leste) Dt 4:43). Era uma das cidades mais fortificadas do
território gadita. O nome quer dizer "altura" "exaltado", refere-se a JESUS
CRISTO, o nosso Ramote elevado a mão direita do Pai. O termo aplicado por Paulo
"exaltou" no seu sentido mais amplo quer dizer "elevar às mais elevadas
alturas", "exaltar excelsamente", "exaltar supremamente", uma expressão enfática
que indica a natureza elevadíssima e grandiosa da exaltação do Ungido (Fl 2:9).
JESUS CRISTO é a principal autoridade universal, superior a todos os nomes que
possam ser mencionados agora e por toda a eternidade. Quando o pecador
aproxima-se de JESUS CRISTO, o nosso Ramote espiritual, automaticamente assume
uma posição gloriosa. (Ef 2:5,6)
3) Golã, em Basã,
território de Manasses (Nordeste) (Js 20:8). Era uma cidade situada numa
belíssima planície. O nome de Golã significa "gozo ou exilo". JESUS, o nosso
Golã espiritual, pagou o preço do desterro, ou seja, de rejeição, para
tornar-nos cidadãos dos céus. Foi rejeitado; pelo mundo (Jo 1:10); por sua
própria nação (Jo 1:21); pelo seu próprio país (Mc 6:4); por sua própria cidade
(Lc 4:29); por seus próprios familiares (Jo 7:5); pelos escribas, sumo
sacerdotes e anciãos (Lc 9:12) e pelos seus próprios seguidores (Mc
14:71).
As outras três foram
escolhidas por israel, sob o comando de JESUS filho de Num (Josué) (Js
20:7):
1) Quedes, na região da
galiléia, território de naftali (Norte) (Js 20:7) Em quedes contemplamos JESUS
CRISTO, o Santo de ULHIM, que é refugio para os impuros (Ap 3:7). O atributo que
preconiza JESUS o Ungido como filho de DEUS é sua natureza santa (Jo 8:46). Ele
é a santidade requerida aos fiéis ( 1P 1:16 )
2) Siquem, na montanha,
território de efraim (Centro-oeste, cerca de 70 Km ao Norte de JERUSALÉM) (Js
20:7) Esta cidade está plantada num vale fertilíssimo. E é a primeira cidade
mencionada no livro de Gênesis (Gn 12:6). Foi ali que YAOHUcaf enterrou os
deuses estranhos, sob o carvalho Gn 36:1-4). Nesta cidade de refugio encontramos
tipologicamente JESUS CRISTO tendo o principado sobre os seus ombros (Is 9:6);
Ele é o príncipe da vida (At 3:15); príncipe salvador (At 5:31); príncipe e Juiz
(At 7:27), príncipe da salvação (Hb 2:10) e príncipe dos reis da terra (Ap 1:5)
Em Siquem temos a vitória sobre todo principado e potestades da trevas.
3) Hebrom, na montanha,
território de Judá (Sul-sudeste, aproximadamente 36 Km ao Sul de JERUSALÉM ) (Js 20:7). Cidade de refugio
importantíssima ao sul de Canaã. O nome moderno de Hebrom é El-Kalil, "o amigo".
A Bíblia faz 69 referencias a ela e significa "união", "companhia",
"camaradagem" - temos nesta cidade de refugio um tipo de JESUS CRISTO como o
nosso melhor amigo e companheiro (Lc 7:34; Jo 11:1; Jo 15:13,15; Sl 27:10).
Muitas vezes as cidades de refugio são mencionadas na Escrituras. Elas nos
lembra JESUS o Ungido, o perfeito refugio, que nos salva da ira de ULHIM. (Dt
19:1-14; 1Co 6:54-81; Nm 35:9-28). As cidades de refugio eram um resultado da
misericórdia de DEUS PAI, que dura para todo o sempre. Estejamos sempre prontos
a proclamar JESUS CRISTO a todos os povos, porque de todos os povos Ele é o
perfeito refúgio.
Segurança na
Cidade
Ao determinar a
construção das seis cidades de refugio, DEUS PAI não estava querendo com isso
proteger o assassino, mas dar um lugar de refugio àquele que cometia homicídio
involuntário. JESUS é muito mais que aquelas cidades, é o refugio para os
culpados. (Jo 1:29)
Todo Hebreu sabia que,
caso matasse alguém sem intenção de faze-lo, o único lugar onde poderia estar
seguro seria numa cidade de refugio. Entretanto, os levitas, que as
administravam, só lhes davam abrigo uma vez satisfeitas algumas exigências que
deveriam ser observadas antes, durante e após o asilo. Se algum homicida caísse
nas mãos do vingador de sangue, não era por falta de um refugio, mas porque não
tinha se utilizado dele. Estavam tomadas todas as precauções necessárias: as
cidades estavam nomeadas e bem edificadas, e eram publicamente conhecidas. Tudo
fora disposto de forma simples.
No instante em que
cruzava a soleira da porta, o homicida involuntário estava tão seguro quanto a
provisão de DEUS PAI o podia tornar. Se um cabelo da sua cabeça pudesse ser
tocado, dentro dos limites da cidade, isso teria sido uma desonra e um opróbrio
infligidos a ordenação de ULHIM.. Verdade é que devia ter cuidado. Não devia
atrever-se a sair fora da porta. Dentro ele estava perfeitamente seguro. Fora
estava inteiramente exposto. Nem se quer podia visitar os seus amigos. anseava
pela morte do sumo sacerdote, que devia restitui-lo a sua herança e ao seu povo.
ULHIM é o nosso refugio (Sl 46:1). Não somente este salmo, em foco, fala de
ULHIM como sendo "nosso refugio" mas outros textos da Bíblia falam a mesma
coisa. (2Sm 22:3; Sl 9:9; 14:6; 18:2; 59:16; 61:3; 62:8; Jr 17:17; Jl 3:16; Hb
6:18). Neste sentido ULHIM é apresentado metaforicamente como sendo um "lugar de
refugio" "lugar de proteção" e "esconderijo".
Condições para concessão
do asilo
Qualquer um podia pedir
asilo na cidade de refugio, inclusive o estrangeiro (Nm35:15). A concessão,
todavia, estava condicionada a natureza do crime: se culposo, concedia-se o
asilo, se doloso, executava-se o homicida. Era dever do homicida empregar toda a
sua energia para alcançar os recintos sagrados, pois sabia que se o vingador do
sangue conseguisse por mão nele, não haveria esperança. Só havia uma coisa a
fazer e essa era escapar para não morrer, fugir do castigo eminente e encontrar
um abrigo seguro dentro das portas da cidade do refugio. Uma vez ali, nenhum mal
o podia alcançar.
A Reclusão
Uma vez conduzido a uma
cidade de refugio, o homicida cumpria sua pena de reclusão por tempo indefinido,
enquanto durasse a vida do sumo sacerdote. Caso o vingador do sangue o
encontrasse fora dos limites da cidade de refugio poderia mata-lo (Nm
35:26,27)
A Duração do
Refúgio
Um assassino não podia
comprar a vida por dinheiro, assim também o homicida não podia comprar a sua
liberdade. Ambos haviam concebido a morte de um ser humano e só a morte de um
homem podia fazer a expiação pela morte. O sumo sacerdote de israel prefigurava
o Ministério Sacerdotal de JESUS (Hb 4:9). Com a morte do Ungido, o sumo
sacerdote, podemos voltar a vida de pureza espiritual e não temer as acusações
de satã. Assim meus amados estamos livres dos vingadores espirituais e amparados
pela lei da liberdade encontrada no sangue revificador de Nosso Sumo sacerdote
JESUS CRISTO (Jo 8:35,36)
A Liberdade do
Refugiado
Pela lei, a reclusão na
cidade de refugio estava condicionada a morte do sumo sacerdote (Nm35:25),
quando e somente então o homicida poderia deixar o asilo sem perder a proteção
legal. Se o vingador do sangue o ferisse depois da morte do sumo sacerdote,
cometeria homicídio doloso e seria punido com a morte.
O Sacerdote e o
Culpado
É importante ressaltar a
harmonia do simbolismo aqui encontrado. Aquele que por acaso, matasse o seu
semelhante, dependeria, para retornar a liberdade, da morte do sumo sacerdote.
JESUS CRISTO consumou esta obra suprema morrendo pelos pecados do mundo inteiro.
(Mt 1:12; Jo 1:29) Nesta obra expiatória figuram a sua morte, ressurreição e
ascensão. Com a morte do sacerdote Ele garante nossa vitória. Como sacerdote
vivo e ressurrecto Ele nos garante proteção eterna. Ele não somente morreu por
nós como também vive por nós. (Rm 8:34; 4:25; 5:10) A MORTE DE SUMO SACERDOTE
JESUS E NOSSA LIBERDADE
JESUS sendo o Filho de DEUS, pode oferecer um
sacrifício de valor eterno e infinito, conquistando nossa liberdade espiritual.
Ele assumiu a natureza humana, identificando-se com o gênero humano e assim
sofreu o castigo que era nosso, a fim de que pudéssemos escapar da situação de
culpados. Ele, que era sem pecado por natureza, que nunca havia cometido um
pecado sequer em sua vida, se fez pecado, tomando nosso lugar. "Aquele que não
conheceu pecado, o fez pecado por nós" (2 Co 5:21) Em primeiro lugar, o
homicida, na cidade de refugio, não estava isento de Juízo, (Js 20:5). Mas para
o renascido em JESUS o Ungido não existe e não pode haver juízo, pela razão mais
simples de todas as razões. JESUS CRISTO sofreu o juízo em seu lugar. Por outro
lado, havia também a possibilidade de o homicida cair nas mãos do vingador ao
sair fora das portas da cidade. O renascido em JESUS CRISTO não pode perecer
jamais: está tão seguro como o próprio Salvador.. Por fim, quanto ao homicida,
era uma questão de segurança temporária e de vida neste mundo. Quanto aos
renascidos em JESUS CRISTO é uma questão de eterna salvação e vida eterna no
mundo vindouro.
Conclusão
Há pelo menos dois
aspectos distintos nas cidades de refúgio que se tomados na sua menção
simbólica, dão nos duas boas lições práticas para a Oholyao de hoje. A primeira
diz respeito a cidade - único refúgio possível contra o vingador do sangue -
assim como JESUS é o único refúgio possível contra as conseqüências dos nossos
pecados. (Rm 7:11; 6:23; Jo 3:15) A outra lição relaciona-se a morte do sumo
sacerdote - condição necessária para a liberdade - que é um tipo claro da
liberdade proporcionada pela morte do Ungido. (Hb 4:15; 5:9)
Então meu irmão: é tempo
de fugir. Escapa-te para ali... Escapa-te para um lugar de amor e aceitação.
JESUS CRISTO. Nossa cidade de refúgio.











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